Especial

PSTU quer governar apenas para um lado da sociedade brasileira

Imagem PSTU quer governar apenas para um lado da sociedade brasileira
Com um partido pequeno e poucos candidatos à deputados federal e estadual, o PSTU encara as eleições deste ano com uma candidatura própria. Em entrevista ao Bocão News, a bancária Renata Mallet, explica que o partido não conseguiu construir uma frente partidária com o PSOL e o PCB por questões ideológicas e de construção de propostas. O PSTU aposta em candidaturas com jovens.  |   Bnews - Divulgação

Publicado em 30/06/2014, às 00h00   Juliana Nobre


FacebookTwitterWhatsApp

Com um partido pequeno e poucos candidatos à deputados federal e estadual, o PSTU encara as eleições deste ano com uma candidatura própria. Em entrevista ao Bocão News, a bancária Renata Mallet, explica que o partido não conseguiu construir uma frente partidária com o PSOL e o PCB por questões ideológicas e de construção de propostas. O PSTU aposta em candidaturas com jovens. Tentará eleger dois deputados: um federal e um estadual, com um debate polêmico sobre a legalização das drogas, aborto e casamento homoafetivo. A candidata garante que a legenda traz um novo debate sobre a política brasileira – aquela que defende apenas um lado: a dos trabalhadores e da juventude. Segundo Mallet, a política petista, tanto no âmbito federal e estadual, não consegue governar para todos como dita o discurso. Com pouco tempo na propaganda eleitoral, a sigla vai investir em campanha de internet optando por não receber financiamento de campanha de empresários, apenas doações de trabalhadores.

Com um partido pequeno e poucos candidatos à deputados federal e estadual, o PSTU encara as eleições deste ano com uma candidatura própria. Em entrevista ao Bocão News, a bancária Renata Mallet, explica que o partido não conseguiu construir uma frente partidária com o PSOL e o PCB por questões ideológicas e de construção de propostas.

O PSTU aposta em candidaturas com jovens. Tentará eleger dois deputados: um federal e um estadual, com um debate polêmico sobre a legalização das drogas, aborto e casamento homoafetivo. A candidata garante que a legenda traz um novo debate sobre a política brasileira – aquela que defende apenas um lado: a dos trabalhadores e da juventude. Segundo Mallet, a política petista, tanto no âmbito federal e estadual, não consegue governar para todos como dita o discurso.

Com pouco tempo na propaganda eleitoral, a sigla vai investir em campanha de internet optando por não receber financiamento de campanha de empresários, apenas doações de trabalhadores.

Leia a entrevista e veja a íntegra na WebTV do Bocão News.

Bocão News - Por que o PSTU decidiu ter candidatura própria?

Renata Mallet – Tínhamos uma disposição em fazer uma frente de esquerda. Na última eleição à prefeito fizemos a frente com o PSOL e o PCB – partidos no campo da esquerda apresentando um programa alternativo, diferente para a população, em especial aos trabalhadores e à juventude. Esse ano não foi possível. Só para explicar, a frente é diferente das coligações que o PT e outros partidos fazem hoje. As coligações estão muito voltados aos interesses partidários e muitas vezes individuais, o joguete político, troca de favores, de cargos. Na verdade pensa-se em um programa que realmente atenda as necessidades da população, um programa de esquerda. Estávamos com essa disposição, mas infelizmente o PSOL não estava essa disposição. Mas não tivemos a oportunidade de fazer uma discussão aprofundada sobre isso. Por questões ideológicas e de construção de uma proposta.

BNews – Por que a legenda resolveu escolher Renata Mallet?

RM – Minha candidatura está muito relacionada com o objetivo da nossa proposta para os trabalhadores e a juventude. Uma mulher, jovem, trabalhadora, bancária, mas que tem uma experiencia de luta, manifestações, mobilizações. Minha candidatura tem esse perfil de dialogar com a juventude hoje da Bahia, jovens trabalhadores também que possuem um pensamento diferente e uma disposição para mudar. E também está relacionada com um tema das opressões. Nossa chapa é composta por mim, o Carlos Nascimento, professor de Camaçari, trazendo um debate de como é ser mulher no nosso estado, ser negro, homossexual. A violência que esse setores da sociedade sofrem. É importante termos uma proposta para combater o machismo, o racismo, a homofobia. A Bahia é o quarto estado mais homofóbico do país, segundo o GGB (Grupo Gay da Bahia). Em relação à violência contra a mulher estamos em sétimo lugar. E aos negros é o quinto lugar. Então não está legal e é preciso ter mudanças. E nós achamos que a nossa candidatura tem a possibilidade de fazer esse debate e apresentar propostas.

BNews – Considerando que o PSTU é um partido pequeno e temos três grandes candidaturas em nosso estado, qual é realmente o objetivo da sua candidatura além de fazer um debate com a sociedade?

RM – Essa pergunta é muito importante porque muita gente questiona o tamanho do nosso partido. A ousadia de colocar um candidato ao governo. Mas queremos colocar que a nossa candidatura é forte sim, principalmente pelo seu programa. Nossa candidatura tem o objetivo de atender as reivindicações e mobilizando a população com as manifestações a partir de junho do ano passado. Uma onda gigantesca aconteceu em todo o país e na Bahia. Pessoas que quiseram dar um basta e dizer que não aguentamos mais a situação. E não basta só reclamar, mas vamos também agir. E achamos que a nossa candidatura tem condições de debater e trazer novas propostas. E nós achamos que a nossa candidatura é diferente das dos outros, porque não estamos atrelados aos ricos. A realidade da população baiana, falta de hospitais, escolas precárias, transporte é um caos. Todas as reivindicações acontecem hoje porque a Bahia está acostumada a governar com os ricos e para os ricos. Vemos isso desde o financiamento de campanha dos outros candidatos. A última candidatura de Jaques Wagner – e Rui Costa vem dessa candidatura – foi financiada por muitos empresários. Eu li que 80% da campanha de Wagner foi finaciada por empreiteiras. E são essas construtoras hoje que fazem as principais obras do estado, como a Fonte Nova e a Via Expressa que são da OAS. Elas ganham o apoio do governo enquanto a população fica à míngua. Basta de governar para os ricos e precisamos governar para os trabalhadores e com os trabalhadores. Nossa candidatura não é financiada por empresas.

BNews – Só doações?

RM – Nem doações, nenhum tipo para campanha ou para o partido, só dos trabalhadores e da juventude. Não aceitamos dinheiro de empresas e sócios de empresas. Porque nós achamos que a independência política só de dá pela independência financeira. Se eu dou minha mão para o rico ou empresário, depois ele vai querer cobrar a conta. A gente quer que quem cobre a conta é o trabalhador que está ao lado da nossa candidatura. Essa diferença não é pouca ela nos dá liberdade de construir uma Bahia de verdade para quem quer construir. Fora isso temos um projeto de que o trabalhador e a juventude precisa tomar para si a política no nosso estado. Se essa população pode escolher quem será o gestor do seu estado então ela também pode dizer, no ramo da educação qual é a prioridade? E na saúde? Mas é aquela participação efetiva. Na Educação, é melhor perguntarmos para técnicos que nunca pisaram na escola ou perguntar para a população, com os pais e alunos e realmente fazer um plano sobre isso.

BNews – Quantos deputados estaduais e federais o partido quer fazer?

RM – São dois. Um estadual e um federal. Para federal é a Gabriela, estudante da Ufba. E para estadual é o Zé Roberto, professor da rede pública de Itabuna.

BNews – Vocês terão pouco tempo dentro da propaganda eleitoral. Como vocês estão pensando em publicizar todas essas ações?

RM – Temos um minuto e pouco de tempo de TV. Até fazemos uma crítica dura sobre isso porque se vivemos em um país que se diz democrático, ele divide o tempo de TV não a partir da necessidade da população de ouvir seus candidatos, mas dos partidos que mais tem financiamento dos empresários, dos ricos, que são os corruptos, com ficha suja. Todos esses partidos com esses problemas têm muito mais tempo que a gente. Um país democrático realmente deveria dispôr de tempo igual para os candidatos. E não só no espaço da TV, mas em todo o espaço de comunicação. Como sabemos que há falta de democracia neste sentido, vamos apostar muito nas mobilizações, vamos construir nossa candidatura para pessoas que estão se manifestando, e também aproveitar o espaço democrático de hoje, que é a internet, as redes sociais.

BNews – E falando de internet, o que você pensa sobre o marco regulatório da internet?

RM – Primeiro temos que fazer uma discussão importante sobre isso. Não adianta o marco regulatório ficar vinculado somente às instâncias superiores. Um dos grandes problemas é a falta de discussão no conjunto da população de uma proposta que é nacional, mas não só discutir com os técnicos que dominam o assunto, mas com a população, com a juventude. Um outro tema é a respeito da Linha Viva aqui em Salvador. A linha vai afetar milhares de pessoas na capital e não é feita uma discussão sobre isso. Quase três mil famílias serão desocupadas. Há diversos movimentos sociais que são contra isso e simplesmente a prefeitura e o governo do estado, que também tem responsabilidade sobre isso, fecham os olhos. E o pior é que haverá uma privatização de uma via pública dentro da cidade. Essa forma de construir a política, por fora dos interesses da população trabalhadora. Em todos os setores nós queremos fazer um debate democrático.

BNews – O discurso dos candidatos são muito parecidos: melhorias na Educação, Saúde, Segurança Pública. Mas o que o PSTU tem de novidade para essa campanha?

RM – Uma das que eu considero mais importante é a saber de qual lado está. Isso é fundamental porque de fato todo mundo diz que vai melhorar o orçamento e que vai governar para todos. E nós sabemos que não existe isso de governar para todos. Você tem que governar para um lado porque os interesses não batem, são contraditórios. Quando você opta em governar para os ricos, é claro que você não vai governar para os ricos porque é muito bonitinho Wagner dizer que a ‘Bahia é de todos’, mas quando os professores cobraram e fizeram greve, olha como ele os tratou. Ele coloca a polícia para cima, corta ponto, em uma luta que era digna. Essa questão de governar para todos não existe. E o lado da nossa candidatura é o lado da população mais carente, do trabalhador, da juventude. Nós temos um lado e todos os candidatos deveriam ter a coragem de dizer qual lado está e a população fazer a escolha. Temos o tema da participação popular, porque não adianta você estar de um lado, mas você não construir junto. Na nossa candidatura teremos o trabalhador, a juventude ao nosso lado. Uma Bahia com mais justiça social, e não os interesses de meia dúzia de empresários.

BNews – Qual a posição de Renata Mallet sobre a legalização do aborto, das drogas e do casamento homoafetivo?

RM – Sobre o casamento homoafetivo temos total acordo. Nós achamos que qualquer pessoa tem direito de constituir relacionamento e se é necessário você ter direitos, porque o casamento formal dá direitos a essas pessoas, que eles tenham condições para isso. Nós temos uma política acertada de controle à homofobia. Mas tão importante quanto essa reivindicação é chamar este setor à construir com a gente outras formas de combate à homofobia. No tema do aborto, acreditamos ser importante uma discussão séria sobre este assunto. Muitas mulheres do nosso estado morrem porque precisam abortar. O aborto não é feito porque a mulher quer, muitas vezes ela realiza o aborto porque precisa disso, fugir de uma gravidez que não é desejada. E tem muito a ver com o tipo de vida das mulheres. Ao invés de melhorar a condição de vida dessas mulheres, dando condições para que elas realizem o aborto, e criminalizar essas mulheres, defendemos que o aborto não seja encarado como um crime e que o estado não feche os olhos diante desses casos, de deixar mulheres morreram. Acreditamos que o aborto deve ser encarado como uma medida de saúde pública. Somos contra a criminalização do aborto. Não temos um debate vulgar sobre isso e conclamar que o aborto seja a melhor medida para as mulheres. Não, achamos que as mulheres não podem morrer e temos que estar ao lado dela. Pensar em políticas adequadas de saúde, políticas para s mulheres.

BNews – Mas na prática, quais tipos de ações, de projetos, que você proporia para esta temática?

RM – Primeiro ser contra a criminalização do aborto de forma legal. Temos movimentos de mulheres que fazem essa discussão. Temos acabar com essa lei, e garantir que o aborto seja encarado como uma questão de saúde pública. Não criminalizar e dar condições para que os postos de saúde e hospitais possam dar condições para que essas mulheres que tiveram que abortar. E associado a isso uma política planejada de acompanhamento à essas mulheres de prevenção de gravidezes indesejadas. Tem que ter medidas de prevenção, de promoção, outras do campo da saúde, como melhoria da relação de vida daquela mulher. Quando se pensa nesse tema como saúde também está se discutindo a Educação, o acesso ao emprego, o fim da violência, porque muitas vezes está relacionada às condições precárias dessa mulher. Tem a questão da conscientização das mulheres. As mulheres não vão deixar de abortar porque está na lei que é proibido. Então temos que fazer o inverso e pensar medidas que favoreçam uma gravidez desejada, planejada.

BNews – E sobre a legalização da maconha, das drogas?

RM – É um tema com conteúdo muito parecido, pois somos contra a criminalização do usuário de drogas. Achamos que não é esse caminho. Colocam que esse é o caminho para combater a violência e não é. O que acontece é que ao invés de pensar medidas que realmente combatam a violência, criminalizam os usuários e tocam na questão dos traficantes. É uma mentira muito grande que legalizar as drogas no país significa aumentar ou incentivar o tráfico de drogas, é ao contrário. Hoje o que acontece, temos traficantes com relação com políticos e não sofrem nada com isso, quem sofre é a população que acaba utilizando a droga, a maconha que é o debate principal que fazemos, uma droga mais fraca. O que temos que criminalizar é o estado, que não faz a politica acertada contra a violência, é criminalizar esses traficantes que tem relação com os ricos e políticos. Inclusive este é um tema que vamos trazer muito forte em nossa campanha. É um tema polêmico discutindo no âmbito da juventude, mas que é muito importante de se trazer. Poucas pessoas vão ter coragem de trazer esse debate.

BNews – Falando sobre as manifestações, o PSTU teve uma participação mais ativa no ano passado. Este ano, quando achávamos que por causa da Copa, elas seriam mais intensas, o partido está mais calmo, tranquilo. Por que aconteceu essa mudança?

RM – Na verdade não está muito relacionada à vontade do PSTU. Estivemos muito presentes nas manifestações de junho, estamos muito presentes em reivindicações da juventude. Muito antes de junho, o PSTU sempre foi um partido que se construiu dentro da pauta dos trabalhadores. Nós incentivamos sim, estamos presentes nas manifestações, greves e em junho, claro, que existiu essa nova conjuntura, uma vontade de mudança. E o PSTU também foi as ruas dizer que estava ao lado dessas pessoas porque achamos que a exigência é uma das formas de mudança. Só dando poder á população é que realmente vamos concretizar mudanças. A mudança não é só depositar o voto, ela é muito maior que isso, é no campo reivindicatório, exigir. A política precisa ser participativa. Existem sim reivindicações mesmo com a Copa, mas é verdade que isso diminuiu um pouco e isso está muito relacionado com a criminalização do governo aos lutadores. Te digo que muitos amigos meus que já foram para as mobilizações e dizem hoje que não vão mais porque não querem levar porrada da polícia. Esse foi um dos fatores, e para mim um dos mais importantes, fez com que as manifestações diminuíssem de quantidade, porque de qualidade ainda existe esse sentimento da mudança, d indignação em relação à sua vida. Antes da Copa, filmaram na Bahia o arsenal militar para a Copa e a reportagem dizia bem claramente, que os tanques de guerra eram para conter as manifestações, não era para conter a violência, ou a pedofilia, a prostituição. Não, era para combater quem estava ali reivindicando para dar um estado de tranquilidade para que a Fifa pudesse lucrar o tanto que vão lucrar com essa Copa.

BNews – O PSTU inclusive fez um discurso bem acirrado contra a realização da Copa. Como está isso agora depois que o país praticamente inteiro acompanha os jogos da Seleção?

RM – Na verdade o PSTU não foi contra a realização da Copa, até porque as pessoas gostam de acompanhar os jogos. Somos contra aos gastos realizados por ela e o quanto os grandes empresários e a Fifa vão lucrar com essa Copa. Qual é o legado dessa Copa? Porque melhoria no transporte não teve, na Educação não teve. Então não tivemos nenhum legado com essa Copa, só os ricos é que encheram os bolsos. Essa é a discussão que trazemos. A prioridade não era a realização da Copa, ainda mais em um momento de reivindicação. Tínhamos que ouvir a população e atender a necessidade delas. Vimos aí a população com condições precárias de vida e estádios super luxuosos.

BNews – Falamos muito sobre a política do PT e se fala muito de que o partido perdeu aquele discurso de extrema esquerda e um pouco da identidade. O PSTU ainda continua com esse discurso. Você acha que esse tipo de discurso pode assustar as camadas sociais mais altas e como você conseguirá equilibrar os anseios da população com os dos empresários?

RM – Nós temos propostas que são possíveis e um projeto que atende à população trabalhadora. Quando pensa em aliar os interesses dos ricos com os dos pobres já dizemos que isso não é possível. Temos que pensar apenas de um lado. A candidatura do PSTU é no campo da esquerda, é diferente do PT. Infelizmente, o PT trocou de lado, abandonou todas as reivindicações dos trabalhadores e da juventude. Mas é importante colocar que o PT foi importante, construído com os trabalhadores e da juventude, mas que mudou de lado sim muito por conta da cúpula do PT e de Lula principalmente, que acabou que na ânsia de ter uma governabilidade no país acabou abrindo mão de estar ao lado dos ttrabalhadores desfazendo a aliança e construir outra aliança com os ricos. Esse não será o nosso problema. O que temos hoje é a certeza que não seremos como o PT porque tem a ver com o nosso compromisso, como financiamos a nossa campanha. É difícil construir uma campanha com pouco dinheiro, mas precisamos fazer isso porque precisamos estar ao lado dos trabalhadores. E por isso que convidamos os trabalhadores para nos ajudarem, a fazerem doações porque será uma campanha muito difícil, mas não aceitaremos dinheiros dos empresários. Não temos o mesmo espaço nos meios de comunicação que os outros candidatos têm, mas nossa candidatura disputa os votos, o rumo da política baiana.

BNews – Sobre o cenário nacional, o PSTU tem a candidatura de José Maria à presidência tentando pela quarta vez. Você acha que essa candidatura pode prejudicar um pouco o partido, já que as outras legendas trazem ‘caras novas’ ou você acredita que a experiência dele ajuda?

RM – Caras novas não tem nenhuma. A Dilma, o Aécio. Todo mundo quem é o Aécio, tem a fama que não é muito legal. Mas não são pessoas novas que fazem uma nova política. O Zé maria é a quarta vez que ele tenta, mas ele representa uma nova política que queremos implementar no país. A Dilma já teve seu espaço, e já mostrou que infelizmente não atendeu às necessidade da população brasileira. Aécio em Minas é a mesma coisa. As outras candidaturas no campos da esquerda também não têm. Não são os rostos diferentes mas um programa acertado. Pode até mudar as pessoas, mas o que adiantar ter o mesmo programa com as mesmas pessoas por trás. Aqui a direita tenta se colocar como o novo, com ACM Neto, nova postura, mudou nome da legenda, mas quando você percebe é a mesma coisa com os mesmos aliados da direita. O importante é o que tem de proposta para trazer para a população. E o Zé Maria é melhor nome para a política nacional. Primeiro porque ele é trabalhador, tem uma história longa de lutas e manifestações está disposto a construir uma gestão ao lado dos trabalhadores.

BNews – Você é bancária, tentou a presidência do Sindicato dos Bancários, mas perdeu. O que aconteceu? Como foi sua trajetória?

RM – Entrei no Banco do Brasil por concurso em 2011 e já entrei militando. Antes fui professora substitua da Ufba e fiz oposição à Apub, estou no movimento estudantil desde 2003. Em bancários não seria diferente. Participo de todas as greves, de piquetes, manifestações e construímos uma oposição este ano para responder as necessidades da categoria. É uma categoria que as pessoas achavam que ganhava bem, teria status e hoje a realidade é totalmente diferente. O bancário tem uma defasagem muito grande em relação aos salários. A defasagem nos bancos públicos chega a 100% de perdas salariais. É necessário para reverter essa lógica um mecanismo de organização com um sindicato mais combativo e isso fez com que entrássemos para a construção de uma oposição. Conseguimos fazer uma chapa, apesar de difícil porque precisava de 45 nomes. E saímos com uma votação expressiva e com uma vitória importante. Inclusive é uma categoria importante em nosso estado e é um dos focos da nossa candidatura. Queremos discutir com a categoria, que na maioria é de jovens, mas também os veteranos. E foi uma grande vitória nossa. Fiquei feliz com o resultado e com as possibilidades que virão de uma construção diferente dentro da categoria.





Classificação Indicativa: Livre

FacebookTwitterWhatsApp

Tags