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Wagner afirma que Paulo Souto não é “portador do futuro”

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Governador conversou brevemente com a reportagem do Bocão News  |   Bnews - Divulgação

Publicado em 07/06/2014, às 00h00   Luiz Fernando Lima


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O governador da Bahia Jaques Wagner atendeu a reportagem do Bocão News na sede do Grupo Metrópole para uma entrevista. A conversa durou pouco mais de dez minutos apenas, pois o chefe do Poder Executivo baiano estava atrasado para a Festa do Divino que aconteceu na tarde de sexta-feira (6). Em breve, uma entrevista completa com o petista será publicada neste site. Contudo, neste minutos já dá para analisar que o tom da campanha vai subir e que a estratégia do bloco governista perpassa pela comparação dos números com o candidato adversário Paulo Souto (DEM). Para Wagner, o sentimento não é o que vem sendo ventilado pela oposição. Na opinião dele, o clima favorece Rui Costa (PT). Confira!

Bocão News: A oposição na Bahia tem uma tese de que há um desgaste visível do PT. O sentimento, segundo Paulo Souto e deputados do bloco, é de que a administração petista se tornou enfadonha e que o eleitorado quer mudança. Como o senhor avalia esta tese e oito não é pouco tempo para isso?

Jaques Wagner: eu acho que isso é argumento da oposição e ela está no papel dela. Eles não vão dizer que meu governo e o PT são ótimos. Eles vão falar mal para tentar convencer os eleitores. Eu lhe digo que não tem nada disso acontecendo. Ao contrário, todos os eventos dos programas de governo participativo de Rui Costa, Leão e Otto têm sido extremamente positivos. No interior são concorridos. Evidente que a campanha ainda não esquentou, mas estou sentindo um clima extremamente positivo da militância. E a militância, na hora certa depois que passa a Copa do Mundo, entrará. Nós estamos com mais de 350 prefeitos e é óbvio que as pessoas querem melhoras, mas eu não vejo ninguém querendo a volta ao passado. O candidato da oposição (Paulo Souto) representa a volta ao passado. Ele não representa o futuro e, em minha opinião, não é portador da esperança. Não sei qual o projeto que vai prometer na medida em que ficaram 16 anos no governo e não fizeram. É muito difícil prometer agora. O portfólio de tudo aquilo que a gente fez, em qualquer área que quiser comparar, dá de dez, disparado. De salário de funcionário a estrada e equipamento de segurança pública. Eu acho que Rui Costa, hoje, é o cara que mais conhece a realidade baiana dentro da classe política. Ele tem o diagnóstico completo e eu tenho certeza que a gente vai fazer uma tremenda campanha. Dentro do nosso projeto político a Dilma Rousseff tem uma presença muito marcante aqui na Bahia. Ela tem mais de 75% dos votos válidos. Eu acho que isso (sentimento negativo reverberado pela oposição) é pegar aquele mesmo esquema do tempo passado. Com uma pesquisa de maio, que vale muito pouco ou quase nada, para fazer diagnóstico ou prognóstico da eleição de outubro. Eu tenho muito segurança. A chapa é competitiva. Otto é um político muito experimentado. João Leão é um deputado de 204 mil votos. Rui Costa também teve 212 mil votos. Eu, sinceramente, não vejo essa mesma densidade do lado de lá.

A economia do Estado é outro ponto batido pela oposição. O senhor vai entregar governo no final deste ano com as contas no azul? As finanças estarão equilibradas?

Com certeza deixarei melhor que a deles. Hoje, para se ter uma ideia, o limite permitido pela lei federal de endividamento é duas vezes a receita corrente, nós estamos em 0.53. Agora, é evidente que nós fizemos muito investimento e é claro que investimos muito e com muitos empréstimos que a gente fez. Mas nós vamos deixar o estado organizado. Eu tenho orgulho de dizer que o Polo Petroquímico está rejuvelhecido. Eles nunca tiveram coragem de mexer nas questões dos impostos. Nós fomos o primeiro governo a fazer isso. Mexemos nesta questão. O imposto saiu de 17% para 6%. É por isso que está chegando tanta empresa. Quando eu peguei o governo o Polo estava absolutamente declinante. Hoje, está ai a Basf com o maior investimento da história dela em 100 anos de Brasil. Kimberly-Clark, Boticário, Nestlé triplicando a fábrica. Polo Cervejeiro. Nós botamos aqui para dentro 572 mil novos empregos. Eu sinceramente penso o seguinte: é óbvio que eles (oposição) vão apontar os defeitos, mas não sei bem o que eles vão dizer. Porque, insisto, eles estão falando da economia, a economia baiana está crescendo mais do que a média brasileira e mais que a média do nordeste. Eles vão procurar. Tem problema no governo? É evidente que tem. Não tem nenhum perfeito aqui, nem ninguém faz tudo em oito anos. Mas estou muito seguro para qualquer debate neste campo.

O senhor diz que pesquisa agora em maio não retrata tanto o futuro..

Não retrata nada

Mas a gente vê vários prefeitos e partidos políticos que estão deixando a base ou tentados a fazê-lo. O Solidariedade deixou agora...

O SDD não deixou a base por causa de pesquisa. Não é nada disso. O SDD deixou a base por conta da pressão do PSDB. Com quem ele tem uma ligação muito forte a nível nacional. Luiz Argolo não deixou e nem vai deixar a base. Marcos Medrado ..

É bom tem Luiz Argolo na base?

Enquanto ele não for condenado, não vejo problema nenhum. Se ele for condenado evidentemente que ele sairá. Mas, por enquanto, eu não enterro ninguém por notícias de jornal ou especulação da imprensa. Tem uma coisa com ele, eu já conversei com ele. Ele me disse que se for um julgamento e não um linchamento terá como explicar tudo. Eu não posso fazer esse julgamento. Vou aguardar. O único que tem ai é Arthur (Maia) que nunca foi da base. Veio pedir para entrar - me arrependo – no Solidariedade. Veio conversar comigo, fez discurso, rasgou elogios a Rui (Costa). Não sei como ele vai fazer agora para engolir as palavras, porque não vai dar para dizer que de 30 dias para cá mudou tão rápido de opinião. Eu acho ruim para o Solidariedade porque tinha um compromisso público comigo, inclusive. Eu não ia ajudar ninguém a fundar um partido para ficar contra. Ninguém é maluco. Assim como nós ajudamos o PSD com Otto (Alencar) foi para ter mais um partido na base. Então, não tem o menor sentido, mas eles foram pressionados. Por isso que eu digo: eles acham que estão tranquilos, mas estão desesperados. Pressionando gente para ir para o lado de lá por conta do tempo de televisão. Mas, repare, não leva a base. Arthur nunca foi da base. Não perdi nada. Não tinha e agora continuo sem ter. A base que sustenta tanto Medrado quanto Argolo está com a gente independente da decisão nacional.

O PRB ainda não decidiu e os rumores de que o PR pode sair também começam a ganhar força.

O PRB está conosco, tem secretaria, independente de Almiro Sena ter saído fora por conta da investigação que tem com o nome dele. Eu conversei com todo o PRB daqui, com o PRB a nível nacional e vou aguardar a decisão. No caso do PR eu não tenho nenhuma notícia. Tem, evidentemente, uma certa briga da direção nacional do PR com César (Borges), mas até agora eu não tenho nenhuma notícia neste sentido. Também, deixa eu dizer: ó, eu vou trabalhar para manter a base unida, mas o que é do homem o bicho não come. Nós, na verdade, trabalhamos muito em 2006 e 2010. Em 2006, nós tínhamos oito ou nove partidos. Eu acho que o tempo de televisão de Rui já é bom. Óbvio que a gente está conversando com outros partidos, particularmente, o PRB, PR e o PSC e vamos ver, na verdade, todo mundo tenta ampliar a sua base, mas vamos ver o que vai acontecer. Agora, deixa eu dar um conselho para quem está se orientando por pesquisa neste momento: é bom botar a barba de molho porque caboclo vai e depois fica com a cara mexendo sem saber como é que volta. Eu tenho muita segurança desta campanha. Vamos trabalhar muito.

A Copa começa nesta próxima semana e o que tinha que ser feito já foi. Qual a sua expectativa?

Está tudo pronto. Acho que vai ficar um belo de um legado. O aeroporto em janeiro de 2005 ficará pronto. São mais de R$ 130 milhões. O metrô estará rodando a partir do dia 11 de maio em operação assistida. A Fonte Nova não é para a Copa é para a vida de Salvador. Já teve show do Elton Jonh. Entramos no circuito internacional. De Segurança, eu não tenho dúvidas, vai ficar um legado muito grande. Tem R$ 100 milhões de investimentos estadual e federal e este investimento vai continuar ai. Centro de Comando e Controle, Câmara que colocamos, equipamentos contra bomba, uma série de coisas. Tecnologia e treinamento do pessoal que vai ficar e vai ficar também a imagem da Bahia lá fora.

Se fizermos um comparativo entre as realizações do governo estadual na sua gestão e nas anteriores na capital do estado

Nós vamos dar de pau. Só de mobilidade urbana temos R$ 8 bilhões. Tem a saída do aeroporto, a Via Expressa. Nos oito anos passados, o que que fizeram em Salvador? Elas devem estar lembrando de obras de Antônio Carlos (Magalhães). Avenida de vale e a Paralela. Diga outra obra? Não tem um hospital novo desde Waldir Pires, o primeiro quem fez fomos nós. Não tinha metrô que eles prometeram - Imbassahy, Paulo Souto, Fernando Henrique. O prefeito tem que me agradecer. Era um pepino que ficaria carregando, inclusive, o trem do Subúrbio eu trouxe para o meu colo. Eu acho que é minha responsabilidade ajudar Salvador. Botamos o metrô para rodar, a Via Expressa que aliviou o trânsito naquela região da rótula. A saída do aeroporto, a duplicação da CIA/Aeroporto. O Hospital do Subúrbio. Pituaçu, Fonte Nova. O novo emissário da Boca do Rio. Pode botar ai e pode mandar eles fazerem a conta que com certeza eu empato ou ultrapasso o senador ACM nos idos lá atrás em investimento em Salvador.

O governador teve que encerrar a entrevista por estar atrasado para um compromisso em Poções, onde foi realizada na última sexta-feira (6) a Festa do Divino. Antes, de deixar a sede da Metrópole, gentilmente cedida para a entrevista do Bocão News, Wagner conversou com o apresentador Mário Kertész e com a reportagem do Bocão News.

Teve tempo para deixar claro que as declarações do pré-candidato do DEM ao governo do estado, Paulo Souto, a respeito da construção da Ponte Salvador/ Itaparica foram “infelizes e de quem não conhece o projeto e como será a execução”.

Já dentro do carro, quando comentado sobre a construção da Avenida Luís Eduardo Magalhães, Wagner ironizou: o nome é grande, mas a obra é pequenininha. Com estas palavras se despediu e partiu para o aeroporto.

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