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Paulo Souto: PT se especializou em fazer aquilo que tanto criticava

Imagem Paulo Souto: PT se especializou em fazer aquilo que tanto criticava
Derrotado nas duas últimas eleições, o ex-governador se diz preparado para o embate  |   Bnews - Divulgação

Publicado em 12/04/2014, às 00h00   Luiz Fernando Lima


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Ex-governador da Bahia em dois mandatos (1995-1998 / 2003-2006), duas vezes derrotado pelo atual governador do estado, Jaques Wagner (2006 e 2010), o geólogo Paulo Ganem Souto foi escolhido pela oposição para representar o projeto político que reúne além do DEM, o PSDB e o PMDB. A costura para se chegar ao seu nome, principalmente após as duas últimas derrotas, não foi fácil. Pela frente, teve que enfrentar a postulação de Geddel Vieira Lima. Ao final do processo, anunciado pelo coordenador do grupo, o jovem prefeito de Salvador ACM Neto, Paulo Souto ficou com a cabeça da chapa tendo ao seu lado Joaci Góes, antigo desafeto de Antônio Carlos Magalhães, e Geddel que disputará a vaga do Senado. Aos 71 anos, o ex-governador se diz preparado para gastar a sola do sapato nas andanças pelo interior e que não se intimida com as prováveis comparações entre as suas gestões e a petista. Critica o aparelhamento político do Estado pelo PT e opina sobre a atual situação da Bahia. Confira!

Para iniciar gostaria de saber do senhor as razões que o levaram a disputar o governo da Bahia novamente? Houve de fato as pressões de amigos e correligionários, mas teve aquela situação lá atrás de ter titubeado, dizer que não queria e voltar atrás.

Eu não tenho nenhuma dificuldade de falar sobre isso. Acho que indo um pouco atrás eu fiquei realmente em uma situação retraída porque achava que era o momento de, tendo sido govenador duas vezes, deixar o campo aberto para que surgissem outros nomes. Esta foi a minha atitude inicial. A partir do momento em que as coisas foram se aproximando tudo foi começando. O partido fez as sondagens, pesquisas e começaram a falar comigo sobre esta oportunidade e eu dizia “vamos aguardar”. Eu nunca, publicamente, me referi sobre este assunto. O primeiro momento de aceitar participar foi perguntar o que justifica eu ser candidato. Não pode ser apenas uma vontade, é claro que se não houvesse vontade existiria. Não pode ser apenas o desejo do meu partido, tem que ter alguma coisa a mais. Essa coisa a mais foi a aceitação de uma parte considerável da opinião pública que começou a me ver como alguém que representava o sentimento oposicionista. Uma parte significativa da população que não está satisfeita com o que está acontecendo na Bahia e me encarnou como alguém que podia representar este desejo da oposição. A partir disso, eu encarei e coloquei meu nome, sem nenhuma imposição, apenas coloquei mais claramente o meu nome. Foi exatamente isso. Os problemas de dúvidas foram sempre internos com relação ao partido que me pedia que não explicitasse nada. Que aguardasse e foi isso que aconteceu.

Aquele momento, para remontar cronologicamente, em que o senhor teria dito que não iria ser candidato em resposta a uma pergunta do prefeito de Salvador e coordenador do processo ACM Neto (DEM) e depois de alguns dias teria voltado atrás aconteceu de fato?

Quando o prefeito me perguntou a minha resposta foi como aquilo que foi noticiado. Isso é verdade. Mas foi uma coisa absolutamente interna. Não foi colocada para público. Era um momento ainda que dentro do ambiente do democratas essa coisa estava sendo discutida ainda. Então, no segundo momento, tanto o partido nacional quanto aqui, me colocaram o cenário e eu coloquei meu nome para disputar. Eu diria que a única data que poderia ser fatal em uma situação como essa seria depois das convenções e nem essa é fatal. Mais uma vez reafirmo que não foi uma coisa pública, que eu tenha dito. Eu não falava justamente porque o partido dizia para deixar para decidir num momento oportuno. E ai, aconteceu o que estou falando. As sondagens de opinião pública, as pesquisas qualitativas mostravam que eu poderia representar bem este sentimento da oposição que hoje existe na Bahia.

Como foram estes últimos dias até a decisão. Como foram as conversas com Geddel, principalmente, porque a expectativa diante da negativa da candidatura ao governo era de que ele agisse por impulso e deixasse o grupo. No intramuros como foi o desfecho?

Era natural que ele tivesse essa vontade. É algo totalmente legítimo e normal, como ele próprio diz que lutou por isso. No momento em que coloquei minha candidatura, com o apoio de outros partidos, se estabeleceu um mecanismo de entendimento que durou algum tempo e aí, não tenho dúvida nenhuma, de que dificilmente teríamos este desfecho favorável não fosse a mediação do prefeito. A mediação de Neto foi fundamental porque ele teve capacidade e habilidade para conduzir isso e para chegarmos a este resultado. Eu acho que esse fato foi importante não apenas por aquilo que significa liderança dele, mas ele é político e soube contornar esta situação e o desfecho foi positivo.

O senhor concorda com uma análise que alguns quadros políticos fazem de que a definição da chapa da oposição foi fruto de um processo mais democrático que a governista? Ainda existe aquela ideia de que antigamente o PT e os partidos do campo dito esquerdista decidiam suas candidaturas através de um processo extremamente democrático e do outro lado a dita direita tinha uma decisão vertical? Na sua avaliação a montagem da chapa encabeçada por Rui Costa foi menos democrática que a da oposição?

Sem dúvida nenhuma. A própria duração do processo reflete isso. Foi um processo continuado de convencimento até chegarmos a um entendimento final. O PT, com as armas que dispõe no governo, acaba por fazer imposição. Isso é um fato muito claro e não apenas isso. O governo Jaques Wagner deu provas muito claras ai que não tem nada de republicano e democrático. Eu não fico irritado com crítica ou coisa alguma, mas quando eu vejo pessoas com uma boa capacidade de discernir e acreditar que esse governo ai é democrata e republicano, não é. É um governo que interfere fortemente na Assembleia Legislativa, um governo que pressiona alguns organismos colegiados de controle externo. Enfim, não tem nada disso. As dificuldades eles também tiveram, mas o final não me pareceu como eles costumam falar.

O pré-candidato Rui Costa, que até pouco tempo era chefe da Casa Civil, partiu para o campo com o pretexto de construir o programa de governo participativo. As caravanas engrenaram. O fato de o senhor se anunciado somente agora faz com que saia atrás e isso prejudica em algo?

Acho que não saio prejudicado pelo seguinte, é um pouco das ironias da política, a construção desse nosso entendimento (oposição) acabou criando uma expectativa tal que tem mais de 30 dias que este era o fato político principal. Nós corríamos um risco: se não chegássemos a um entendimento teríamos um resultado que poderia ser ruim. Mas como tivemos um entendimento isso foi muito compensatório. Foi bom. A população, aqueles que estavam imbuídos em uma proposta de transformação da Bahia, ficou satisfeita. É claro que agora vamos fazer nossa pré-campanha. Visitar as cidades e ouvir a população. Agora, o que eles estão fazendo é mais para tornar o candidato deles conhecido do que para fazer programa de governo.

Já iniciou a montagem de equipe ou está cedo?

Isso ficou no planejamento, mas estas coisas começam a ser operacionalizadas na próxima semana.

Um deputado do democratas falou sobre a importância de ter Geddel na chapa para incendiar o PMDB e levar os quadros do partido a entrarem de cabeça na campanha. O senhor concorda com isso e qual o espírito que estas pessoas vão para as ruas?

Eu considero que essa união vai colocar as pessoas de forma consolidadas nas ruas. Passou a ser uma chapa coesa, homogênea e para buscar a vitória. Talvez, não tenha sido a aliança de maior número de partidos da história política recente da Bahia, mas seguramente é uma das alianças mais fortes dos últimos tempos.

Dentro do PT existia uma tese de que o melhor cenário eleitoral seria a oposição rachada. Depois desse, dois grupos defendiam cenários diferentes, um desses é de que disputar com o senhor era melhor, pois os números são favoráveis a eles. Como é que o senhor está se preparando para este embate?

Tem duas coisas ai: uma coisa eu sei que eles dizem esta história de comparar. A outra é que eles não viram com muita simpatia a minha candidatura, eu tenho certeza que não. Essa história de comparação eu não vou fugir nunca desse debate. Embora eu coloque antecipadamente uma restrição à credibilidade dos números apresentados pelo governo. Nós temos visto algumas coisas ai e esses números, a princípio, todos devem ser auditados. A meu ver eles não têm credibilidade. Eu não tenho nenhum problema em discutir isso. Mas esse não é o meu foco. O meu foco é pensar no futuro. Olhar para frente. Ouvir a população e ver de que forma nós podemos organizar um programa de governo que seja bom para a Bahia. Eu não tenho nenhum problema com isso e não vou fugir disso. O que me chama mais atenção é que eles tiveram a oportunidade que não existiu na história recente da Bahia. Eu não conheço na história recente da Bahia um governador que tenha governado seguidamente oito anos. Eu acho que um período desse, seguramente, exigiria muito mais do que foi feito.

Além de suspeitar dos números oficiais apresentados, o senhor acredita também que o PT prometeu mais do que cumpriu e que isso descasou o discurso da realidade o que refletiu no sentimento da população?

A questão da promessa é realmente uma marca. Tanto que eu me inspirei para fazer no Facebook uma séria chamada “Promessas da Bahia” na qual recapitulo as coisas que foram prometidas. Tem um agravante: as vezes se começa a falar em uma obra antes de se ter um projeto. Daqui a pouco a propaganda vem para a rua como se a obra estivesse pronta e nem saiu do papel. Tem muita gente que está esperando ai o trenzinho da Fiol (Ferrovia de Integração Oeste-Leste) já quase em movimento. Isto tira a credibilidade. Outra coisa que eu estava observando: eu dei uma olhada nas coisas mostrando que um grande número destas que estão atrasadas, interrompidas ou nem saiu do papel geralmente são obras lançadas nas proximidades da eleição. Elas são lançadas ainda sem fundamento, sem projeto etc. São começadas precipitadamente e isso resulta em contratempos e recursos. Esta é outra coisa que vamos ter que focalizar. Mais uma vez, repito que não tenho problema nenhum em enfrentar comparações.

A gestão do Estado é temerária? A administração pública está quebrada? E a antecipação dos royalties vem para ajudar a equilibrar as contas?

São duas coisas que me parecem extremamente graves. Primeiro é a utilização crônica e sistemática de recursos legalmente vinculados para cobrir despesas que deveriam ser cobertas com recursos próprios. É como se fosse um empréstimo interno utilizando recursos que não poderiam ser utilizados. Criando, inclusive, uma figura inusitada nos relatórios fiscais que é uma disponibilidade de caixa negativo. Algo difícil de entender. Isso acontece há três anos com os recursos próprios do governo e não é pouca coisa: são 2,5 bilhões de reais que são cobertos com recursos vinculados. Agora, se isso for considerado tecnicismo não é verdade. É só abrir os jornais, sites e ouvir as rádios que terá lá terceirizados com salários atrasados das áreas mais sensíveis como educação e saúde. Prestadores de serviços com os salários atrasados. Empreiteiros sem receber. Fornecedores. O Estado não está atrasando porque é malvado, está atrasando porque realmente tem problemas financeiros. Esse problema é muito preocupante. A questão do royalties é que, ora, qual é a lógica de você tomar os recursos antecipadamente de cinco anos de uma receita como essa para cobrir o déficit previdenciário de um ano? Essa é uma medida estapafúrdia. Há uma diferença grande porque esta não é uma operação para capitalizar um fundo. Isso seria se o recurso ficasse lá rendendo com juros, correções para pagamentos futuros. Mas não é isso que acontece. Ele (governo) vai receber o dinheiro e imediatamente cobrir o déficit anual.

O governo atribui o rombo previdenciário à sua gestão e às anteriores?

O problema do déficit previdenciário é crônico no Brasil. Todo mundo é assim. Funciona assim, não deveria ser assim, mas você tem os recursos que são pagos pelo governo e pelos funcionários ativos. Com esses recursos se paga a aposentadoria dos aposentados e pensionistas. Essa relação começou a ficar desequilibrada. Estes recursos arrecadados atualmente não são suficientes para cobrir. O número de aposentados e pensionistas aumentou e ficou maior que o arrecado. Então, o Estado tem que arcar com o déficit anual. Se isso (antecipação) resolvesse ele não teria mais déficit. Meu raciocínio é que este déficit é uma despesa de pessoal como outra qualquer e tem que estar contemplada no orçamento do Estado. Em última análise, o que se quer mesmo é liberar 1 bilhão ou 1,5 bilhões de reais para gastar no ano de eleição.

O senhor acredita que o Tribunal de Contas do Estado tem deixado de cumprir com a obrigação que tem de fiscalizar e eventualmente punir os gestores que cometem irregularidades?

Pelo o que conheço na análise da conta passa esse problema (utilização de recursos vinculados em outras áreas da administração) foi discutido no voto. Acredito que desta última vez o problema foi focalizado e o que eu digo é que este problema não é algo temporário, uma espécie de ao longo do exercício você precisa de um recurso, aí você cobre, mas imediatamente se restitui de forma que no final do exercício não exista mais isso, mas isso virou um problema crônico. Já são três anos que está ocorrendo isso. É evidente que essa situação tem que ser sanada.

O senhor tem caminhado nestes últimos quatro anos?

Nas últimas eleições municipais eu visitei alguns municípios, mas de um modo geral eu tenho viajado, do ponto de vista político, relativamente pouco.

Como é que está se preparando para gastar a sola do sapato agora?

Estou tranquilo. Eu diria que estou com as energias acumuladas para enfrentar com toda a tranquilidade essa eleição.

O senhor poderia ser considerado um quadro mais experiente na política e hoje se fala muito em um movimento de renovação. Qual a sua visão diante deste cenário?

Primeira coisa: embora eu não estivesse muito na linha de frente, eu nunca deixei de acompanhar os problemas da Bahia. Não apenas os problemas do governo. Sempre estive muito ligado a tudo isso. Eu me considero, absolutamente, atualizado. Dentro da possiblidade de informação que nós dispomos. A segunda é que eu sempre fui voltado para absorver o que pode aparecer de mais atualizado, mais moderno. Até na administração. Não posso deixar de reconhecer o que significou para o governo da Bahia a criação do Serviço de Atendimento ao Cidadão (SAC). Foi um sucesso nacional depois imitado por todos os estados. A criação do Fundo de Previdência. A criação do Plano de Saúde dos servidores do estado. Tudo isso foi coisa que nós fizemos e que serve como exemplos de atualização, de vontade de modernização. O programa de privatizações que nós fizemos numa época em que no Brasil ainda estava se iniciando. A questão do saneamento financeiro do Estado. Nós começamos a fazer na Bahia responsabilidade fiscal muito antes da Lei de Responsabilidade Fiscal. Sou muito voltado para as coisas da modernização. Novos mecanismos de gestão de unidades públicas como na Saúde. A lei das organizações sociais foi uma coisa dos meus dois governos. É interessante que essa forma de organização era amaldiçoada.

O número de secretarias que tem o governo estado o torna moderno?

Não. Pior do que o número é o que inspira a criação de uma secretaria. Quando é preciso contemplar um partido se cria uma nova secretaria. Ainda nem me debrucei sobre a questão do quantitativo, mas pior é o que inspira mesmo. Muito menos a necessidade de um órgão para abrigar um programa que a de atender os interesses partidários.

É possível atribuir a criação do fisiologismo ao PT? Porque isso vem de outras gestões mais antigas.

Não foi inventada pelo Partido dos Trabalhadores. Essa é uma questão crônica na administração pública brasileira. Mas o PT, eu diria, foi quem exacerbou. E é possível ver isso na administração federal com 39 ministérios. Discutir se deve ter ou não é uma coisa que pode até gerar opiniões diferentes. Mas o problema é o que inspira a criação. Não pode ser assim. Isso, definitivamente, não pode ser assim.

Como que o senhor espera estreitar a relação com o eleitor? Como tem sido a experiência com as redes sociais?

Na verdade, até agora eu só tenho a conta no Facebook. Até o momento foi possível fazer com que nenhum texto não escrito por mim fosse publicado. Tudo ali fui eu quem escreveu. Eu realmente cuido disso. Agora, é natural que eu não consiga, com a criação de outras mídias, exercer da mesma forma. Vou ficar muito atento para que isso reflita meu pensamento. Mas vou continuar tendo a participação, só não será integralmente como é atualmente. Vamos cuidar dessa área, isso já deve começar agora na pré-campanha. Devemos ter na rede espaço para que pessoas possam participar e dar ideias. É um mecanismo importante para o bem e, infelizmente, também para o mau.

Qual o maior problema do governo Jaques Wagner?

De um modo geral, eu diria que o primado do interesse político partidário na administração. Acho que isso é um pecado. É absolutamente normal que os partidos políticos tenham representatividade no governo, mas a forma como tem sido feito, a intensidade como tem sido feito acaba interferindo muito na administração. Isso é uma coisa que é, relativamente, grave.

Qual o principal legado que administração petista deixará?

É claro que tem coisas boas, até porque é impossível que alguém passe anos no governo e não deixe algumas coisas positivas. Por exemplo, ao final, depois de oito anos, surgem alguns programas na área de mobilidade que são importantes. Embora tenha demorado de deslanchar, seguramente trará benefícios, principalmente, na região metropolitana.

Aproveitando a oportunidade para perguntar a sua opinião a respeito das recentes denúncias envolvendo a Petrobras e mais precisamente sobre a compra da refinaria em Pasadena, no Texas? Além disso, gostaria de saber se o senhor acredita que a companhia tem sido utilizada para finalidades políticas?

O caso Pasadena, não foi objeto de uma preocupação minha porque tenho visto o movimento até que as coisas fiquem esclarecidas, mas, independente disso, é evidente que o governo do PT causou prejuízos irreparáveis a uma empresa como a Petrobras. Não quero me referir especificamente a isso porque é uma coisa que está sendo investigada, não quero juízo de valor antes que estejam esclarecidas, mas eu quero falar sobre a utilização da Petrobras. Isso tem causado a desvalorização dos ativos da empresa e isso é algo muito grave para uma empresa da importância da Petrobras. Se essas denúncias todas se confirmarem aí é muito mais grave.

Uma chapa com Paulo Souto, Joaci Góes e Geddel Vieira Lima, as duas últimas figuras faziam oposição mais que política ao ex-governador Antônio Carlos Magalhães (morto em 2007). E do outro lado, o candidato ao Senado é Otto Alencar que nunca deixou de elogiar o ex-governador. Como é que fica esse novo cenário político?

O PT, em todos os momentos em que foi útil ele cooptar politicamente para tentar se fortalecer, fez isso esquecendo os desencontros do passado. Nosso caso é um pouco diferente. Uma coisa é quando se é governo e utiliza das facilidades que o governo tem para fazer a cooptação. Nós não. Estamos ai para disputar o governo com um aliado tradicional nosso em termos da política nacional, o PSDB, e nas últimas eleições aqui também, porque há algum tempo foi adversário, e o PMDB que também se configurou como oposição na Bahia. Então, é um pouco diferente. Nós não estamos no governo, estamos nos unindo em torno de um programa. De qualquer sorte eu não recrimino o que eles fizeram ao cooptar, apenas, o que é interessante, é que muita coisa que eles (PT) criticavam com muito ardor, eles estão fazendo e de uma forma bem mais intensa e elaborada.

Quem é o pré-candidato Paulo Souto que aparece nesta eleição?

Eu venho com toda a disposição. Com muita abertura para ouvir os seguimentos organizados da sociedade, ouvir a população, mas absolutamente confiante de que o estado mais do que nunca tem a necessidade de uma orientação nova. A Bahia está em um momento muito difícil. Infelizmente, a publicidade do governo tenta encobrir isso. Nós nos unimos para apresentar um projeto para a população e para ganhar as eleições e iniciar um tempo novo e uma forma nova de dirigir o estado que tem que sair disso. A Bahia hoje está no noticiário como um dos estados em que tem crescido mais a violência. Com problemas seríssimos na área de atendimento à Saúde. Com questões muito graves na área habitacional. Agora, como uma situação financeira extremamente complicada. Se confirmar tudo o que imaginamos sobre a situação financeira do Estado será uma problema que teremos que enfrentar com muita energia e disposição para reequilibrar e reestruturar isso. Para que possamos concretizar para a população tudo o que vamos apresentar.

Classificação Indicativa: Livre

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