Política

A luta por um Parlamento independente

Publicado em 05/08/2017, às 15h33   Angelo Coronel*


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A sociedade está chegando no limite da paciência para com os poderes constituídos. Os poderes, a cada dia, vem perdendo a credibilidade. Estamos no olho do furacão. Todos devem fazer exame de consciência e começar a mudar as atitudes focando sempre no bem estar da sociedade.

Como parlamentar, defendo que o poder Legislativo não deve se curvar e tornar-se capacho do Executivo. Tudo que o Executivo planeja e realiza (empréstimos/convênio para construção de estradas/hospitais/escolas, equipamentos para seguranca, etc), depende da aprovação/autorização do poder Legislativo, pois sem elas o poder Executivo deixa de executar.

Qual o chefe de poder Executivo no Brasil, quando em público, fala: "essa obra só está sendo possível realizar pois o Parlamento aprovou"? Na Bahia, todos os governantes que por aqui passaram, com raríssimas exceções, fizeram alguma menção em público da parceria com o poder Legislativo.  

A sociedade deve ser informada que o Legislativo é sócio "Fifth Fifth", quando houver o sucesso nas ações executadas pelo poder Executivo, proveniente das nossas prévias aprovações/autorizações. Basta de sucesso unilateral.

"Não executamos, mais damos o direito e autorização para executar". O Parlamento independente deve ser convidado, previamente, para participar dos debates visando sempre buscar ações que visem o bem estar da sociedade, na essência, esse deve ser o papel do Parlamento, além do de fiscalizar.

Os governos (federal, estadual e municipal) só gostam de Parlamento fraco e subserviente e acham que, com algumas migalhas, se apropriam do Legislativo. E a pior constatação... na maioria dos estados... é a verdade.

Independência de um Parlamento não significa briga, e sim, buscar o respeito mútuo, pois quando há esse respeito, a harmonia será sempre imperiosa. Mas quando esse respeito é relegado à cizânia entre os poderes, começa a andar em passos largos.

Aos 180 dias que completei estando de plantão à frente da Assembleia Legislativa do nosso Estado, tenho tentado mudar esse conceito, apesar de ter encontrado algumas resistências. Mas sinto nos olhos, nos gestos e nas palavras da maioria dos colegas a vontade e a determinação de buscarmos a nossa alforria parlamentar.

Tenho a convicção que já avançamos muito e já começamos a ganhar o respeito da sociedade, não só com as atividades parlamentares, mas com nossas ações sociais, já com repercussão em outras Assembléias do Brasil.

A ALBA, nesse novo tempo e com novas atitudes, está fazendo a sua parte em dar início ao resgate da classe política. Ainda se tem tempo, é só querer.

* Angelo Coronel é deputado estadual e presidente da Assembleia Legislativa da Bahia

Classificação Indicativa: Livre

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