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Empreender, sem planejamento, é um plano infalível para o fracasso

Publicado em 21/07/2017, às 11h46   Diego Souza


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Em tempos de crise, quando não conseguimos aumentar as receitas o quanto precisamos para manter as contas e as margens de lucro, apostar na sorte ou no governo para nos tirar do poço não é um plano de negócio vencedor. É necessário um olhar cuidadoso para os custos, gastos desnecessários, imprevistos e eficiência de nosso negócio
O governo federal pode se esforçar por melhores resultados econômicos, executar planos para reerguer a segurança jurídica e dar estabilidade regulatória ao país, mas o cenário ainda é desanimador. 
O Ministério do Trabalho divulgou que o Brasil teve o primeiro semestre positivo em três anos na geração de empregos, com mais de 67 mil novas vagas. O primeiro resultado positivo do país nos últimos três anos. Ainda assim, é preciso que fique claro que o Poder Público, sozinho, não faz nada.
A iniciativa privada deve estar atenta às oportunidades e se fortalecer para conseguir sobreviver à crise econômica, já que o nosso cenário político, que influencia diretamente todos os setores de nossa economia, continua apresentando instabilidade.
Planejamento, boas práticas de gestão, governança e auditoria externa são ferramentas extremamente úteis para a longevidade das empresas. Principalmente as micro, pequenas e médias devem atuar para evitar surpresas jurídicas e fiscais, já que qualquer imprevisto, pode significar o seu fim.
Entretanto, o que vemos atualmente é o inverso.
A maior parte de nossos empresários, apesar de seus espíritos empreendedores, confunde coragem com impulsividade. O caminho, normalmente, segue a mesma lógica: tem-se uma ideia, julga-se ser boa e, no dia seguinte, põe-se em prática. O resultado disso é que apostamos mais na sorte do que na competência, para o sucesso de nossos empreendimentos.
Se quisermos melhorar a economia, precisamos melhorar nossas micro, pequenas e médias empresas; se quisermos melhorar a qualidade dessas nossas empresas, precisamos melhorar a qualidade de nossos empresários. O caminho precisa ser alterado para: ter uma ideia, planejar sua execução e, depois, colocá-la em prática.
Em um planejamento a longo prazo de um negócio deve-se considerar que tão importante quanto ganhar dinheiro é evitar perder, ainda mais em tempos difíceis. Isso só é possível com um plano de negócio eficiente.
Uma vez em marcha, é importante focar nos procedimentos internos da empresa e checá-los uma vez por ano com auditorias externas, a fim de diminuir as possibilidades de eventuais falhas, que resultem em prejuízos não esperados.
A adoção de melhores práticas empresariais e cercar-se de bons consultores não é promessa de sucesso para nenhum negócio mas, sem dúvida, é um plano mais responsável do que apostar na sorte ou no poder público.
Diego Souza é advogado e Sócio Gestor do Neves Souza Advogados Associados

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