Política

Quando Lula pode não concorrer...

Publicado em 15/07/2017, às 00h00   Victor Pinto


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A condenação do ex-presidente Lula (PT) pelo juiz Sérgio Moro trouxe uma enxurrada de especulações a respeito das eleições de 2018. O petista ainda não está inelegível, mas, se em tempo hábil, a segunda instância referendar a decisão do magistrado da Lava Jato, o ex-presidente pode ficar fora do páreo, pois seria enquadrado da lei da Ficha Suja.

O ex-presidente tem participação efetiva nas eleições brasileiras desde a redemocratização do Brasil, chegou a fazer sucessora quando ainda estava no auge da carreira. Mas e agora, como seria se ficasse de fora?

O exercício especulativo da política atual faz imaginar como seria o pleito sem ele. Apesar de ter reafirmado a sua pré-candidatura e rebater duramente a decisão judicial do caso do Triplex e outras que estão por vir, a questão é iminente.

Com Lula fora, será que novos nomes tendem a despontar como João Dória do PSDB e Ciro Gomes do PDT? Ou só Marina Silva seria a maior arrebanhadora de votos? Creio que Gomes seria o maior beneficiado da história.

O mais evidente é que os opositores torcem e cruzam os dedos para o andamento do processo e não vê-lo como adversário em 2018. Não pelo fato de eventuais crimes, mas pura e simplesmente de não tê-lo como um risco eleitoral.

Outra questão: o PT estaria pronto para uma disputa sem o seu principal personagem político? Eu acho que não. O nome do ex-governador Jaques Wagner foi especulado como um substituto, mas o mesmo em entrevista a rádio Metrópole já negou. O atual secretário de Desenvolvimento Econômico da Bahia quase chegou lá e bem na fita, pois seria o substituto de Dilma Rousseff (PT). Mas Dilma caiu.

O PT, com a imagem destroçada por um lado e venerada por outro, com o cenário sem Lula, deve lançar um nome só por demarcação de território e buscar a vingança pelo golpe, mas poderia optar por, enfim, apoiar um nome fora do seu núcleo e de algum partido aliado.

Com Lula a eleição é muito acirrada e sem Lula no pleito a questão tende a embolar e acirrar ainda mais. 

* Victor Pinto é jornalista formado pela Ufba, sub editor de política do Bocão News, membro da coordenação da Rádio Excelsior da Bahia e diretor do jornal Correio do Mês de C. do Coité.

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