O PCdoB se animou ao ver o nome da deputada federal Alice Portugal como segunda colocada na disputa pelo Senado. Só perdeu para Wagner. A animação ecoou e fez o partido decidir que brigará por uma das vagas da majoritária de Rui Costa em 2018. Decidiu pelos nomes de Alice, Daniel Almeida e Isaac Carvalho, ex-prefeito de Juazeiro para o posto.
Seja a vice, seja o Senado, o PCdoB quer um lugar ao sol. Posso até me enganar, mas não vai conseguir. Apesar de serem parceiros de primeira hora do PT, seja a nível nacional ou a nível local, os comunistas dificilmente terão esse gostinho.
Qual a sua capilaridade eleitoral comparada a do PSD e do PP? Ainda mais na conta de Rui que é menos PT e esquerda do que outro do ninho da articulação política do Palácio de Ondina?
Alice carrega o recall da campanha de 2016. Um nome que tá fresco na cabeça do povo, apesar de ter sofrido uma derrota acachapante.
O PCdoB só teve oportunidade de botar sua cara agora, pois o PT não queria o desgaste de entrar numa campanha perdida, em meio a um impeachment. Também não sei até que ponto Alice haja sido jogada na cova dos leões, pois colherá alguns frutos.
Em 2016, o levantamento das últimas votações de Alice mostra sua queda de desempenho nas urnas. O pleito passado pode, na suposição eleitoral, ajudar a garantir a sua vaga na Câmara Federal e só.
Pelos comentários com outros setores do governo não existem a cogitação dos comunistas serem alçados na majoritária. Seria a deixa para se unirem a uma terceira via? Difícil! Possibilidade carta fora do baralho.
As últimas vezes que os comunistas tiveram vaga em chapa de governo foi em 1990, quando Lídice da Mata foi candidata a governadora e no Senado com Daniel Almeida em 1998 e, no cenário já com Jaques Wagner, em 2002, quando Haroldo Lima fez dobradinha com Waldir Pires e não conseguiu êxito no pleito.
No fim das contas é jogar alto para valorizar o passe, demarcar território político e quem sabe garantir seus feudos num segundo mandato de Rui.
* Victor Pinto é jornalista formado pela Ufba, sub editor de política do Bocão News, membro da coordenação da Rádio Excelsior da Bahia e diretor do jornal Correio do Mês de C. do Coité.
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