Política

Quem tem medo de eleição tem medo do povo – o retorno

Publicado em 27/05/2017, às 07h00   Victor Pinto


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Há mais um de um ano, em abril de 2016, escrevi um artigo defensor da seguinte tese: quem tem medo de eleição, tem medo do povo. Na época, a ex-presidente Dilma Rousseff (PT) estava em meio ao seu processo de impeachment, havia uma discussão sobre a PEC das eleições diretas e um discurso opositor de que um pleito popular, naquele momento, seria um golpe.

Agora passamos pela mesma situação. É crescente e até mais forte do que há um ano a defesa pelas eleições diretas. “Se quiserem, que me derrubem”, disse Michel Temer (PMDB), o presidente tampão, em seu pronunciamento para se defender das denúncias. A única forma de derrubá-lo, creio, é pela pressão popular em novo processo de impeachment e a normalização passa por uma nova eleição.

Pode ser anticonstitucional, como dizem os opositores da proposta, mas creio que seja a solução, pois você já parou para pensar quais foram os resultados das últimas eleições indiretas no Congresso? Eleição de Eduardo Cunha (PMDB) para presidente da Câmara e de Rodrigo Maia (DEM) também, como de Renan Calheiros (PMDB) para o Senado e Eunício Oliveira (PMDB) recentemente.

O PT tem sede de eleição, pois quanto mais rápido eles puderam encaixar Lula (PT) em um pleito, melhor, com medo dele ser preso. Fazem esse discurso das diretas porque já possuem um candidato pronto e líder em várias intenções de votos.

O DEM, PSDB, PMDB, por exemplo, são contra, pois não possuem nomes competitivos para a urna, muitos dos seus estão arrolados em delações até o topo, e essas siglas adotam a defesa da eleição indireta, pois conseguem controlar o Congresso e maquinar para eleger um perfil que os agradem.

Eu vou mais além dessas duas posições mesquinhas da politicagem. O poder deve ser emanado do povo e pode ser construído com uma terceira via que pode surgir.

Temer não vai conseguir se sustentar por muito tempo e agora sangra. Brasília vivenciou cenários de guerra nesta semana. Da mesma forma como a saída de Dilma era crucial para poder gestar uma nova visão de melhoria do Brasil, a retirada do peemedebista passa pelo mesmo caminho.

DEMOCRACIA é o regime do povo, da soberania popular. Votar não é golpe. É o povo que move o País e na urna.

Quem tem medo de eleição tem medo do povo!

* Victor Pinto é jornalista formado pela Ufba, sub editor de política do Bocão News, membro da coordenação da Rádio Excelsior da Bahia e diretor do jornal Correio do Mês de C. do Coité.

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