Política
Publicado em 20/05/2017, às 00h01 Victor Pinto*
Se o presidente Temer já não possuía o lastro popular, depois das denúncias da delação dos donos da JBS isso se afundou ainda mais. O governo tampão não chegará até 2018 e cairá ainda antes do fim deste ano: este é o clima.
Provarão do próprio veneno, como cheguei a me referir em um artigo anterior.
A divulgação do áudio da conversa de Joesley Batista e Temer, de primeiro impacto, é broxante. Na há nada de explicito sobre a compra do silêncio de Eduardo Cunha, contudo, na análise do contexto, há prevaricação, há vazamentos de informações da seara fiscal brasileira e há o acordo para tratar tudo com o Rodrigo Rocha Loures, que é o deputado (afastado) de confiança do peemedebista flagrado por imagens pegando uma mala com meio milhão de reais.
Temer sabia que Joesley comprava um procurador e um juiz que estava no calo dele. Virou cúmplice.
Todo mundo dizia que Dilma Rousseff sabia o que acontecia de maracutaia (que foi muita) dentro do seu governo, mas ninguém conseguiu provar o que ela sabia e o quanto que ela sabia. Desta vez não, desta vez Temer sabia e há gravação que mostra isso.
Temer é denunciado por obstrução de justiça e corrupção passiva. O procurador geral, Rodrigo Janot, também está na cola.
O presidente agora vai enfrentar uma nova onda de desgaste. Começa correr o risco de perder o apoio do Congresso. Podemos e PPS começam a cascar fora da base de apoio. Isso pode ruir ainda mais.
Detalhe de toda celeuma: Geddel. Incrível como o Viera Lima sempre é citado e lembrado! O que deixa claro que antes de ser investigado no caso La Vue, o baiano era um dos interlocutores de Joesley com Temer e o governo Federal. Se não fosse a celeuma do prédio baiano, com certeza, Geddel teria sido gravado, pois continuaria ministro.
Outro efeito colateral foi do paladino da moral e dos bons costumes senador Aécio Neves (PSDB), cujo primo foi pego com dinheiro e há relato de gravação na qual ele pede milhões a JBS. Lula (PT), que já caleja com tantas evidências que começam a aparecer, entrou na seara também como Serra (PSDB), Dilma Rousseff (PT) e maiis uma centena.
Tão bomba quanto foi a delação da Odebrecht, teremos cenas dos próximos capítulos para muito tempo. A série House Of Cards, da Netflix, só começa no dia 30/05, mas tudo tá se saindo muito mais que o script dos Underwood.
Temer vai ter que suar muito para se viabilizar e conseguir se manter. Além disso tudo, tem o julgamento no TSE no próximo dia 06/06.
* Victor Pinto é jornalista formado pela Ufba, sub editor de política do Bocão News, membro da coordenação da Rádio Excelsior da Bahia e diretor do jornal Correio do Mês de C. do Coité.
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