Política

A caça às bruxas da lista de Imbassahy

Publicado em 13/05/2017, às 09h00   Victor Pinto


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Novo governo com velhas práticas. A caça às bruxas do presidente Michel Temer (PMDB) a “traidores” que votaram contra a reforma trabalhista desmascara a onda do bom samaritano peemedebista que subiu ao poder com discurso de reforma, não só de setores sociais, como do trato do modo de fazer política.

Engole a conta gotas do próprio veneno. Começou de uns tempos pra cá, com a velha forma do fisiologismo político: cortar cargos de deputados antes aliados e agora “traíras”, como membros xiitas da base de Temer mesmo chamam.

A quem coube a função de identificar aqueles de fora do ninho? O baianíssimo Antônio Imbassahy, o atual Geddel do governo, pois está na pasta que antes era o feudo dos Vieira Lima do mandato tampão do eleito vice em 2014.

A lista de Janot, a lista de Fachin... agora uma nova lista: de Imbassahy.

Vai empurrando  o carrinho de supermercado e jogando pra fora do cesto todos os cargos de eventuais aliados que em votações ou outras divergem daquilo que a cartilha do PMDB propaga e tenta enfiar garganta a dentro tudo aquilo que o governo de Temer acredita ser o suprassumo e o certo.

Inclusive, tiveram baianos nesse rol. Uldurico Júnior do PV sofreu logo o baque e teve um dos primeiros cortes da lista. Depois soltou nota que preferiria seguir seus princípios a seguir o governo por cargos. Até corajoso enfrentar a máquina, mas veremos como o próprio PV se comporta em torno de um presidente que não tem lastro popular algum e convive com míseros 9% de aprovação do povo.

Depois foram baianos do PSD que sofreram do mesmo corte, conforme noticiado na coluna Na Sombra do Poder do Bocão News.

Será que em 2018 os aliados de Temer, vide Imbassahy, vão inchar o peito e fazer campanha casada com aquilo que foi feito no Brasil no mandato tampão dos últimos anos? Eis a questão.

O certo é que o governo mandou recado: escreveu e não leu, o pau comeu! Se passar outra lista, haja mais desemprego de apadrinhados políticos. Está chegando à votação da reforma da Previdência, outro bicho de sete cabeças.

Haja bruxa para tanta caça que poderá surgir. Contudo, lá na frente, o feitiço pode se voltar contra o feiticeiro.

* Victor Pinto é jornalista formado pela Ufba, sub editor de política do Bocão News, membro da coordenação da Rádio Excelsior da Bahia e diretor do jornal Correio do Mês de C. do Coité.

Classificação Indicativa: Livre

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