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Se o amanhã nunca vier...

Publicado em 12/04/2017, às 14h57   Chayenne Guerreiro


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Há 40 anos atrás os Beatles compartilharam com o mundo através de suas músicas o segredo de seu sucesso. Eles cantaram: "o movimento que você precisa está em seus ombros".

Esses são os caras que mais venderam álbuns em todos os tempos, então é normal achar que a maioria de nós iria levar em consideração o que eles falaram…

Eu já perdi muito tempo tentando entender porque a gente fica adiando as coisas, esperando que um dia a gente acorde e tudo esteja no lugar correto. Que um passe de magica nos leve ao caminho mais seguro, mais tranquilo, mais feliz, mais bem sucedido. E isso não acontece. Eu nunca cheguei a uma conclusão sobre esse nosso adiamento, mas se eu tivesse que chutar, diria que tem muito a ver com o medo.

Medo do fracasso. Medo da dor. Medo da rejeição. E tem esse medo, o pior, o de  apenas tomar uma decisão, porque e se você escolher errado? E se você fizer um erro que não dá pra desfazer? Se você abrir mão de uma coisa que não vai encontrar de novo?

Nós rezamos por mais tempo, por um sinal, por algo que nos mostre a direção.  Mas a barganha sempre falha. Uma hora você tem que tomar uma decisão. E não é pra ser fácil. A vida é confusa mesmo, é assim que fomos feitos. O que o medo me ensinou é que com o tempo, a dor de não ter tomado uma atitude fica pior do que o medo de agir.

Guimarães Rosa disse: “O que a vida quer da gente é coragem“. Mas eu não preciso ficar presa à literatura para exemplificar isso. “Deus ajuda a quem cedo madruga”; “Camarão que dorme a onda leva”. Não podemos fingir que nunca escutamos essas.

O tempo todo nós somos lembrados que a vida passa rápido. Que as oportunidades vão embora. Os avisos vêm desde os nossos avós nos falando para não perdermos tempo até aqueles poetas chatos clamando para gente “aproveitar o dia”, e mesmo assim, a gente tem que pagar pra ver.

A gente se arrisca a pagar um preço alto demais e continuamos nesse ciclo porque temos que cometer nossos próprios erros. Temos que aprender nossas próprias lições. Temos que brincar com o tempo, com as oportunidades. Temos que varrer as possibilidades do hoje pra baixo do tapete do amanhã até não podermos mais, até que a gente compreenda por si só o que os Beatles cantaram e o que Guimarães Rosa escreveu.

Que os resultados dependem das nossas ações. Que o saber é melhor que o ponderar, que o despertar é melhor que o sonhar. E que mesmo a maior falha, mesmo o pior erro possível, é melhor do que nunca tentar nada.

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